Ruanda país da África central com uma população de mais de 8 (oito) milhões de habitantes, cuja capital é Kigali. A dizimação de milhares de ruandeses foi com certeza, um dos acontecimentos mais trágicos do final do século XX. Ruanda sempre foi um país de divisões sociais e tribais, mas os colonizadores, inicialmente alemães e, depois, os belgas, tiveram grande culpa na exasperada divisão do país em dois grupos rivais, os hutus e os tutsis.
São distinguidos em Ruanda dois grupos étnicos: a maioria hutus e o grupo minoritário tutsis. Desde a independência do país da Bélgica, os seus líderes sempre foram tutsis, num contexto de rivalidade étnica agravada com o tempo devido à escassez de terras e à fraca economia nacional, sustentada pela exportação de café. Em 1989, o preço mundial do café reduziu-se em 50%, e Ruanda perdeu 40% de sua renda com exportação. Nesta época, o país enfrentou sua maior crise alimentícia dos então últimos 50 anos, ao mesmo tempo em que aumentava os gastos militares em detrimento a investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Os belgas atribuíram privilégios e cargos de comando apenas a uma restrita elite dos tutsis, despertando o ódio crescente nos hutus. Depois de deixar o país, os colonizadores assistiram à tomada do poder pela maioria hutu, até então oprimida, sem a preocupação de refrear as tensões causadas por sua política criminosa.
Em abril de 1994, a morte do presidente Juvenal Habyarimana, num atentado em avião, e o avanço das tropas hutus, chamados Interahamwe, (que são treinadas e equipadas pelo exército ruandês). Produziram uma série de massacres no país contra os tutsis, e causou um deslocamento maciço de pessoas aos campos de refugiados, situados na fronteira com os países vizinhos, em especial o Zaire (hoje República Democrática do Congo).
Estima-se que foram mortos cerca de um milhão de pessoas, a maior parte da minoria étnica tutsis e quase cada uma das mulheres que sobreviveram ao genocídio foram violentadas. Muitos dos 5.000 meninos nascidos dessas violações foram assassinados. Vale destacar a participação heróica de Paul Rusesabagina, gerente do hotel Mille Collines em Kigali. Ficou mundialmente conhecido ao ser retratado no filme Hotel Ruanda. Foi responsável pela salvação de 1268 tutsis e hutus, abrigando-os em seu hotel. O humanitário é conhecido como o Oskar Schindler de Ruanda, feita a comparação com o membro do regime nazista que salvou milhares de judeus durante o holocausto, atualmente reside na Bélgica e afirma que se não forem tomadas medidas duras contra o tribalismo em Ruanda o genocídio poderá voltar a ocorrer, pelas mãos dos tutsis.
Sugestão de filmes:
Hotel Ruanda: 2004. Drama. De Terry George. Com Don Cheadle e Nick Note. Em meio a uma guerra étnica Gerente de hotel em Kigali é responsável pela salvação de 1268 tutsis e hutus.
Tiros em Ruanda: 2005. Drama. De Michael Caton-Jones. Com John Hurt, Hugh Dancy. No ano de 1994, em Ruanda, Padre e Professor arriscam suas vidas para proteger 2500 refugiados.
Professor: Antonio Cordeiro Neto Júnior